Lírio do Pai, Tabor para o Mundo!!
22 de abril de 2007
Ensaio do dia 14!!!
No dia 14 de abril, sábado, nós nos reunimos para o penúltimo ensaio para o 4° Aniversário do Santuário Tabor da Liberdade.
Afinando as vozes e aquecendo os tambores... como ficou bonito!!!!
E lembrando que dia 28 de abril teremos nosso ultimo ensaio para a festa. Todas lá heinn!!!
16 de abril de 2007
15 de abril de 2007
Tabor da Liberdade!!!
Nosso ideal é ousado
O ideal da liberdade é um ideal muito ousado para as nossas fracas forças. Foi na confiança do "Nada sem Vós e nada sem nós" que o desafio foi aceito pela Família de Schoenstatt, na Arquidiocese de Belo Horizonte.
A missão é sagrada
No "Tabor da Liberdade" a Mãe de Deus terá a sagrada missão de conduzir a todos para a verdadeira liberdade. Ela quer educar filhos de Deus, livres das algemas que os aprisionam às más paixões e aos vícios, para levá-los a se decidirem livremente a cumprir a vontade de Deus.
O "Tabor da Liberdade" deverá ser a "oficina" do novo homem, do homem livre, do herói e do verdadeiro apóstolo da liberdade!
Um pouco de história...
O "sonho" pelo "Tabor da Liberdade" começou a ser alimentado no início dos anos 90. A Mãe de Deus foi escolhendo seus instrumentos, formando-os na pedagogia e plasmando-os na espiritualidade do Pe. José Kentenich. O povo mineiro por tradição traz na alma um profundo sentimento religioso e a piedade mariana. Isso fez com que o Movimento de Schoenstatt, se expandisse rapidamente em nossa Arquidiocese.
A coroação da Rainha da Família confirmou: é hora de mobilizar as forças
Após o grande evento da coroação da Mãe Peregrina em 1999, quando o Ginásio do Mineirinho foi pequeno, para acolher todos que iriam coroar a Mãe de Deus, sentiu-se naquela imensa manifestação de fé que nossa Mãe e Rainha nos mostrava ser esta a hora de mobilizar as forças, na busca de um terreno para edificar seu trono de graças.
Logo após a coroação foi realizada uma novena, estimulando todos os Ramos da Liga e a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt e, pedindo a intervenção de nossa MTA neste sentido. A novena terminou no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição. A resposta à nossa oração veio rapidamente, pois em janeiro de 2000, recebemos a oferta da doação de um terreno, pelas mãos do Pe. Geraldo Viana da paróquia de São José, em Confins, na grande Belo Horizonte!
Desde 2000 há celebrações no local do Santuário
A partir da escritura do terreno, em agosto de 2000, todos os terceiros domingos de cada mês, foi celebrada uma Santa Missa no terreno, com a participação de numerosos peregrinos.
Em janeiro de 2001, essa terra, que desde a eternidade estava destinada a receber o trono da MTA, recebeu, com solene bênção a ermida de nossa Mãe e Rainha.
Em outubro de 2002, na bênção da pedra fundamental D. Serafim, nosso Cardeal, assim se expressou: "Esta não é uma pedra. É uma semente, é um coração, é fé crescendo a cada momento. Nós também estamos presentes, estamos vivos nesta pedra, assim como uma árvore está viva pelas sementes. Dentro em pouco, este Santuário será uma grande árvore, nascida de todos nós, regada com o esforço, o coração, a alegria e o sacrifício de tantos".
O amor é criativo e edificamos o Santuário de muitos modos
A conquista espiritual foi sendo feita desde muito antes de termos o terrenos e ultimamente ela se manifesta de diversas maneiras.
A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, em cada região episcopal, se responsabilizou para conquistar as diversas partes do Santuário. Por ex. uma região ela está conquistando espiritualmente o piso do Santuário. Os zeladores receberam o desenho do piso, para marcar ali suas ofertas ao Capital de Graças, com os seguintes dizeres: "Mãe de Deus, abençoado foi o piso de tua casa em Nazaré, assim como foi o chão que pisaste na terra. Abençoado é o piso dos lares que visitas, abençoados são os corações que habitas. E abençoado será o piso do teu Tabor da Liberdade, Santuário de amor e graças, que em tua honra edificamos".
Um grupo de senhoras fez uma novena, saindo sempre às 5h. da manhã rumo ao local já demarcado para a construção do Santuário, para ali rezar o Rosário. O Ramo das Mães se responsabilizou pela conquista da porta, propondo-se de rezar 60.000 mil ave-marias até o dia 17 de maio próximo. Durante a coleta da Santa Missa, um senhor expressou que trouxe um dinheirinho, para comprar água, mas renunciava para dar esse valor à Mãe de Deus. Assim com gestos grandes ou pequenos, mas com muito amor, cada um vai dando seu tijolinho de construção.
Elfrida Almeida
12 de abril de 2007
"Não fique no meio do caminho"
"Se forem capazes de experimentar intimamente, que não nos entregamos a nenhum destino cego, a nenhuma "coisa", mas a um Pai, que é pessoa, que ama infinitamente, então temos um ponto de apoio, que por nada do mundo pode ser abalado. Então vemos tudo, as coisas maiores e as mais pequenas, as mais agradáveis e as mais amargas, numa perspectiva totalmente distinta. A eternidade irromperá no nosso pensar, amar e viver, e o nosso pequeno coração chega ao mundo infinito."
8 de abril de 2007
Jesus Cristo ressuscitou! Está vivo!
“Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24, 5b-6). Três dias após a morte de Jesus, algumas mulheres foram ao seu túmulo, ouviram este anúncio e se tornaram mensageiras dessa boa notícia.
Também hoje a Igreja testemunha e anuncia, como fez através dos séculos: Jesus Cristo, morto na cruz, ressuscitou, está vivo e presente no meio de nós! Por infinita condescendência para conosco, Deus tornou-se próximo de nós e manifestou-nos amor sem medida, iluminou e deu sentido novo à vida através da ressurreição de Jesus.
A Páscoa, passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, empenha-nos decididamente na superação dos sinais de morte ainda presentes na cultura e na convivência humana. O anúncio pascal traz a certeza de que a injustiça e o egoísmo, a violência e o ódio não terão a última palavra sobre a existência.
A Páscoa faz-nos abraçar a defesa da vida humana, em todas as suas fases, e da natureza, ambiente da vida, dom do Criador. O cuidado da Terra, nossa casa comum, e o zelo pela sua capacidade de acolher e abrigar a vida são cada vez mais urgentes e requerem o esforço solidário de todos; essas atitudes decorrem do respeito a Deus criador e amigo da vida.
Não é belo, não é coerente com nossa fé, não é justo com o próximo promover a violência, a cultura da morte, o desprezo à obra de Deus e à vida de nossos semelhantes. A ressurreição de Jesus Cristo revela que Deus está do lado da vida; por isso, somos convocados a estar desse lado também.
Ressuscitou! Não está mais entre os mortos! O amor de Deus, manifestado a nós na ressurreição de seu Filho Jesus Cristo, alimenta a alegria e a esperança; ao mesmo tempo, faz-nos participar da edificação da sociedade, segundo os critérios da verdade, da justiça e da solidariedade. A Páscoa de Jesus é sinal da vitória possível sobre a morte e todos os males.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ao formular votos de feliz e abençoada Páscoa, convida todos a abraçarem, de maneira decidida, a causa da vida.
Jesus Cristo, que passou da morte para a vida, fortifique nossa esperança. O Deus da vida abençoe a todos.
Brasília, Páscoa de 2007
Texto retirado do site: www.cnbb.com.br
Encontro com o Papa
Visitem o site www.schvisitadopapa.com que tem as informações sobre como anda a organização da Juventude de Schoenstatt para o encontro com o Papa em maio.
1 de abril de 2007
Texto lido na reunião de 01 de abril: Carlos Heitor Cony
Eu admirava a sua onisciência sobre as novelas em exibição, nunca menos de três, nos vários canais das TVs abertas de então. Tinha a impresão de que ele acompanhava todos os capítulos de todas elas.
Um dia, perguntei se ele assistia a uma e gravava as outras para assistir depois, quando tivesse tempo para isso. Não, não tinha tempo, além de jornalista, era político, chegou a senador. Mas explicou como dava conta do recado. Em média, uma vez por semana assistia a um capítulo da novela tal e assim ficava atualizado não apenas com as tramas mas com os desempenhos.
Do Távola e das novelas passo para mim mesmo e para a paisagem geral do nosso tempo, que concluí uma variedade espantosa de tramas e desempenhos tanto no setor nacional como no internacional. Um problema de saúde que se agravou de repente impediu-me, durante mais de três meses, de ler jornais e revistas, ver noticiários da TV; fiquei completamente por fora, embora nunca tenha estado muito por dentro de nada, por falta de tempo e de interesse.
Quando retornei à atividade, por Júpiter!, nada havia mudado. O presidente da República era Lula tentando se reeleger. Três meses depois, era Lula já reeleito. A guerra civil no Iraque continuava, com Bush mandando mais soldados para lá. Os ministros, que antes pareciam provisórios, continuavam provisórios até semana passada. A violência urbana, mortos e feridos, as balas perdidas, as taxas do crescimento nacional, o volume das exportações, os novos caminhos das diversas bandas em atividades, mais uma vitória da Beija- Flor no Carnaval, a polêmica sobre a necessidade de penas mais severas para crimes hediondos e os próprios crimes hediondos - tudo parecia o mesmo.
Lembrei lá em cima o Artur da Távola e lembro agora o finado Rubem Braga, cronista maior da nossa imprensa. Ele passou uns meses fora do Brasil e, quando voltou, a única novidade que encontrou foi o cigarro Hollywood com filtro. Na minha volta, nem isso encontrei; pelo contrário, encontrei menos cigarros com ou sem filtro, eu próprio pelo menos deixei de fumar - o que pelo menos foi uma novidade no plano pessoal.
Mesmo assim, por necessidade profissional, voltei a ler jornais e a ver noticiários, mesmo sabendo que as coisas continuam as mais ou menos as mesmas. As mudanças são pontuais, caras substituídas por outras, mas os discursos são os mesmos, os veículos da mídia acabam redundantes, não por gosto ou incapacidade técnica, mas para serem fiéis ao que está acontecendo, que na realidade é a mesma coisa que aconteceu antes e acontecerá depois.
Se nas novelas há sempre o filho que não é filho daquela mãe, se há herança para ser disputada e segredos que não serão revelados, na vida real as coisas podem não ser iguais, mas se repetem com uma monotonia que, além da redundância, caem na chatice institucional.
De várias formas e estilos, lê-se que o Brasil não tem jeito, somente aqui acontecem essas coisas, a classe política é despreparada, a corrupção é premiada e esquecida, o Caetano Veloso acha isso, um dossiê está sendo preparado para botar o Maluf outra vez na cadeia, Romário está em busca do seu milésimo gol.
A redundância se estende aos formadores de opinião, que se manifestam em análises e prognósticos que pouco variam. Putro dia, um aluno de comunicação colocou um grave e impossível problema para mim. Se eu fosse dono de um jornal e tivesse de dar uma manchete na capa, qual seria esta manchete? A cura do cancêr? A paz universal? Elvis Presley não morreu? Foram encontrados os ossos de Dana de Teffé?
Meditei bastante antes de dar a resposta. A hipótese - ser dono de um jornal - era mais do que improvável. Mas o desafio fora lançado e eu saí com esta novidad: " O Titanic acaba de afundar".
Folha de São Paulo, 30 de março de 2007.
Carlos Heitor Cony
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
"Que vos ameis uns aos outros
assim como Eu vos amei" (Jo 13, 34)
Queridos jovens!
Por ocasião da XXII Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada nas Dioceses no próximo Domingo de Ramos, gostaria de propor à vossa meditação as palavras de Jesus: "que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei" (Jo 13, 34).
É possível amar?
Cada pessoa sente o desejo de amar e ser amada. Mas como é difícil amar, quantos erros e falências devem verificar-se no amor! Há até quem chegue a duvidar que o amor seja possível. Mas se carências afectivas ou desilusões sentimentais podem levar a pensar que amar é uma utopia, um sonho irrealizável, talvez seja necessário resignar-se? Não! O amor é possível e a finalidade desta mensagem é contribuir para reavivar em cada um de vós, que sois o futuro e a esperança da humanidade, a confiança no amor verdadeiro, fiel e forte; um amor que gera paz e alegria; um amor que une as pessoas, fazendo-as sentir-se livres no respeito recíproco. Deixai então que eu percorra juntamente convosco um itinerário, em três momentos, na "descoberta" do amor.
Deus, fonte do amor
O primeiro momento refere-se à fonte do amor verdadeiro, que é única: é Deus. São João ressalta bem este aspecto ao afirmar que "Deus é amor" (1 Jo 4, 8.16); agora ele não quer dizer apenas que Deus nos ama, mas que o próprio ser de Deus é amor. Estamos aqui diante da revelação mais luminosa da fonte do amor que é o mistério trinitário: em Deus, uno e trino, há um intercâmbio eterno de amor entre as pessoas do Pai e do Filho, e este amor não é uma energia ou um sentimento, mas uma pessoa, é o Espírito Santo.
A Cruz de Cristo revela plenamente o amor de Deus
Como se nos manifesta o Deus-Amor? Estamos no segundo momento do nosso itinerário. Mesmo se já na criação são claros os sinais do amor divino, a revelação total do mistério íntimo de Deus verificou-se com a Encarnação, quando o próprio Deus se fez homem. Em Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, conhecemos o amor em todo o seu alcance. De facto, "a verdadeira novidade do Novo Testamento escrevi na Encíclica Deus caritas est não consiste em ideias novas, mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos um realismo extraordinário" (n. 12). A manifestação do amor divino é total e perfeita na Cruz, onde, como afirma São Paulo, "é assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós" (Rm 5, 8). Portanto, cada um de nós pode dizer sem receio de errar: "Cristo amou-me e entregou-se a Si mesmo por mim" (cf. Ef 5, 2). Redimida pelo seu sangue, vida humana alguma é inútil ou de pouco valor, porque todos somos amados pessoalmente por Ele com um amor apaixonado e fiel, um amor sem limites. A Cruz, loucura para o mundo, escândalo para muitos crentes, é ao contrário "sabedoria de Deus" para todos os que se deixam tocar profundamente no seu ser, "o que é considerado loucura de Deus é mais sábio que os homens, e o que é debilidade de Deus é mais forte que os homens" (cf. 1 Cor 1, 24-25). Aliás, o Crucificado, que depois da ressurreição traz para sempre os sinais da própria paixão, ressalta as "falsificações" e as mentiras sobre Deus, que se disfarçam com a violência, a vingança e a exclusão. Cristo é o Cordeiro de Deus, que assume os pecados do mundo e desenraiza o ódio do coração do homem. Eis a sua verdadeira "revolução": o amor.
Amar o próximo como Cristo nos ama
Chegamos agora ao terceiro momento da nossa reflexão. Na cruz Cristo grita: "Tenho sede" (Jo 19, 28): revela assim uma sede ardente de amar e de ser amado por todos nós. Unicamente se conseguirmos compreender a profundeza e a intensidade deste mistério, nos apercebemos da necessidade e da urgência de o amar por nossa vez "como" Ele nos amou. Isto exige o compromisso de dar também, se for necessário, a própria vida pelos irmãos amparados pelo Seu amor. Já no Antigo Testamento Deus dissera: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19, 18), mas a novidade de Cristo consiste no facto de que amar como Ele nos amou significa amar todos, sem distinções, também os inimigos, "até ao fim" (cf. Jo 13, 1).
Testemunhas do amor de Cristo
Gostaria agora de me deter sobre três âmbitos da vida quotidiana onde vós, queridos jovens, sois particularmente chamados a manifestar o amor de Deus. O primeiro é a Igreja que é a nossa família espiritual, composta por todos os discípulos de Cristo. Recordando-nos das suas palavras: "Por isso é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" (Jo 13, 35), alimentai, com o vosso entusiasmo e com a vossa caridade, as actividades das paróquias, das comunidades, dos movimentos eclesiais e dos grupos juvenis aos quais pertenceis. Sede solícitos em procurar o bem do próximo, fiéis aos compromissos assumidos. Não hesiteis em renunciar com alegria a alguns dos vossos divertimentos, aceitai de bom grado os sacrifícios necessários, testemunhai o vosso amor fiel a Jesus anunciando o seu Evangelho especialmente entre os vossos coetâneos.
Preparar-se para o futuro
O segundo âmbito, no qual sois chamados a expressar o amor e a crescer nele, é a vossa preparação para o futuro que vos espera. Se sois noivos, Deus tem um projecto de amor para o vosso futuro de casal e de família e por conseguinte é essencial que o descubrais com a ajuda da Igreja, livres do preconceito difundido de que o cristianismo, com os seus mandamentos e as suas proibições, constitua obstáculos à alegria do amor e impeça em particular de viver plenamente aquela felicidade que o homem e a mulher procuram no seu amor recíproco. O amor do homem e da mulher está na origem da família humana e o casal formado por um homem e por uma mulher tem o seu fundamento no desígnio originário de Deus (cf. Gn 2, 18-25). Aprender a amar-se como casal é um caminho maravilhoso, que contudo exige um tirocínio empenhativo. O período do noivado, fundamental para construir o casal, é um tempo de expectativa e de preparação, que deve ser vivido na castidade dos gestos e das palavras. Isto permite amadurecer no amor, na solicitude e nas atenções ao outro; ajuda a exercer o domínio de si, a desenvolver o respeito do outro, características do verdadeiro amor que não procura em primeiro lugar a própria satisfação nem o seu bem-estar. Na oração comum pedi ao Senhor que guarde e incremente o vosso amor e o purifique de qualquer egoísmo. Não hesiteis em responder generosamente à chamada do Senhor, porque o matrimónio cristão é uma verdadeira e própria vocação na Igreja. De igual modo, queridos jovens e queridas jovens, estai preparados para dizer "sim", se Deus vos chamar a segui-lo pelo caminho do sacerdócio ministerial ou da vida consagrada. O vosso exemplo servirá de encorajamento para muitos outros vossos coetâneos, que estão em busca da verdadeira felicidade.
Crescer no amor todos os dias
O terceiro âmbito do compromisso que o amor exige é o da vida quotidiana com as suas numerosas relações. Refiro-me sobretudo à família, à escola, ao trabalho e ao tempo livre. Queridos jovens, cultivai os vossos talentos não só para conquistar uma posição social, mas também para ajudar os outros "a crescer". Desenvolvei as vossas capacidades, não só para vos tornardes mais "competitivos" e "produtivos", mas para serdes "testemunhas da caridade". Juntai à formação profissional o esforço de adquirir conhecimentos religiosos úteis para poder desempenhar a vossa missão de modo responsável. Sobretudo, convido-vos a aprofundar a doutrina social da Igreja, para que a vossa acção no mundo seja inspirada e iluminada pelos seus princípios. O Espírito Santo faça com que sejais inovadores na caridade, perseverantes nos compromissos que assumis, e audaciosos nas vossas iniciativas, a fim de que possais oferecer o vosso contributo para a edificação da "civilização do amor". O horizonte do amor é verdadeiramente infinito: é o mundo inteiro!
"Ousar o amor" seguindo o exemplo dos santos
Queridos jovens, gostaria de vos convidar a "ousar o amor", isto é, a não desejar nada para a vossa vida que seja inferior a um amor forte e belo, capaz de tornar toda a existência uma jubilosa realização da doação de vós próprios a Deus e aos irmãos, à imitação d'Aquele que mediante o amor venceu para sempre o ódio e a morte (cf. Ap 5, 13). O amor é a única força capaz de mudar o coração do homem e a humanidade inteira, tornando proveitosas as relações entre homens e mulheres, entre ricos e pobres, entre culturas e civilizações. Disto dá testemunho a vida dos Santos que, verdadeiros amigos de Deus, são o canal e o reflexo deste amor originário. Comprometei-vos a conhecê-los melhor, entregai-vos à sua intercessão, procurai viver como eles. Limito-me a citar Madre Teresa que, para se apressar a responder ao grito de Cristo "Tenho sede", grito que a comoveu profundamente, começou a recolher os moribundos nas estradas de Calcutá, na Índia. A partir de então, o único desejo da sua vida tornou-se o de extinguir a sede de amor de Jesus não com palavras, mas com gestos concretos, reconhecendo o seu rosto desfigurado, sequioso de amor, no rosto dos mais pobres. A Beata Teresa pôs em prática o ensinamento do Senhor: "Sempre que fizerdes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes" (cf. Mt 25, 40). E a mensagem desta humilde testemunha do amor divino difundiu-se em todo o mundo.
O segredo do amor
Queridos amigos, a cada um de nós é concedido alcançar este grau de amor, mas unicamente se recorrermos ao indispensável apoio da Graça divina. Só a ajuda do Senhor nos permite, de facto, evitar a resignação diante da grandiosidade da tarefa a ser desenvolvida e infunde-nos a coragem de realizar quanto é humanamente impensável. Sobretudo a Eucaristia é a grande escola do amor. Quando se participa regularmente e com devoção na Santa Missa, quando se transcorrem na companhia de Jesus Eucarístico pausas prolongadas de adoração é mais fácil compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do seu amor que ultrapassa todo o conhecimento (cf. Ef 3, 17-18). Partilhando o Pão eucarístico com os irmãos da comunidade eclesial sentimo-nos depois estimulados a traduzir "depressa", como fez a Virgem com Isabel, o amor de Cristo em generoso serviço aos irmãos.
Rumo ao encontro de Sidney
A este propósito é iluminadora a exortação do apóstolo João: "Meus filhinhos, não amemos nem com palavras nem com a boca, mas com as obras e com a verdade. Por isto conheceremos que somos da verdade" (1 Jo 3, 18-19). Queridos jovens, é com este espírito que vos convido a viver a próxima Jornada Mundial da Juventude juntamente com os vossos Bispos nas vossas respectivas Dioceses. Ela representará uma etapa importante rumo ao encontro de Sidney, cujo tema será: "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas" (Act 1, 8). Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, ajudar-vos-á a fazer ressoar em toda a parte o grito que mudou o mundo: "Deus é amor!". Acompanho-vos com a oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 27 de Janeiro de 2007.
BENEDICTUS PP. XVI
Refletindo sobre a Campanha da Fraternidade (90)
Colaborar com a obra de Deus sustenta a esperança
“Um novo céu e uma nova terra” (Is 65,17)
Freqüentemente encontramos quem diga que “a vida é assim mesmo”; “o ser humano não tem jeito” ou “não adianta dar murro em ponta de faca”. Mas somos discípulos de Jesus e temos a certeza de que, apesar dos nossos muitos desvios e pecados, Deus conduz a História para um porto seguro. A Bíblia começa com um paraíso de ambiente rural, que é a “maquete” do projeto inicial de Deus para a humanidade. Deus não queria e não quer trabalho como sofrimento, vida com desespero, mas quer trabalho com dignidade e harmonia, e nosso planeta com jeito de jardim. O profeta Isaías, atualizando as profecias do exílio no contexto pós-exílio, sustenta a fé e esperança na construção de uma sociedade justa e solidária, baseada no direito e na justiça. “Sim, vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento. Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria. Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria do meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos” (Is 65, 17-19).
No livro do Apocalipse, São João retoma o conteúdo da vida feliz para todos, agora retratado no ambiente urbano através da simbólica Nova Jerusalém (cf Ap 21 e 22). É uma cidade sem exclusão e sem medo, com 12 portas sempre abertas nas 4 direções: norte, sul, leste, oeste (cf Ap 21, 12-15). É para todos, até porque nunca seremos completamente felizes e seguros enquanto outros não o sejam. A Nova Jerusalém resgata o símbolo da árvore da vida, dando fruto todos os meses (ou seja, sempre) e com folhas que curam as feridas das nações (cf Ap 22,1-2). Curar as feridas das nações inclui sanar as injustiças na Amazônia e em todas as partes do planeta. Deus vai realizar isso, mas será muito gratificante se um dia, na glória, pudermos dizer: eu colaborei, eu não me conformei com a injustiça nem com a destruição da natureza, eu tive parte nisso como instrumento da vontade de Deus.
Texto-base da Campanha da Fraternidade 2007, nº 297-298
Texto retirado do site: www.cnbb.com.br