Colaborar com a obra de Deus sustenta a esperança
“Um novo céu e uma nova terra” (Is 65,17)
Freqüentemente encontramos quem diga que “a vida é assim mesmo”; “o ser humano não tem jeito” ou “não adianta dar murro em ponta de faca”. Mas somos discípulos de Jesus e temos a certeza de que, apesar dos nossos muitos desvios e pecados, Deus conduz a História para um porto seguro. A Bíblia começa com um paraíso de ambiente rural, que é a “maquete” do projeto inicial de Deus para a humanidade. Deus não queria e não quer trabalho como sofrimento, vida com desespero, mas quer trabalho com dignidade e harmonia, e nosso planeta com jeito de jardim. O profeta Isaías, atualizando as profecias do exílio no contexto pós-exílio, sustenta a fé e esperança na construção de uma sociedade justa e solidária, baseada no direito e na justiça. “Sim, vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento. Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria. Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria do meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos” (Is 65, 17-19).
No livro do Apocalipse, São João retoma o conteúdo da vida feliz para todos, agora retratado no ambiente urbano através da simbólica Nova Jerusalém (cf Ap 21 e 22). É uma cidade sem exclusão e sem medo, com 12 portas sempre abertas nas 4 direções: norte, sul, leste, oeste (cf Ap 21, 12-15). É para todos, até porque nunca seremos completamente felizes e seguros enquanto outros não o sejam. A Nova Jerusalém resgata o símbolo da árvore da vida, dando fruto todos os meses (ou seja, sempre) e com folhas que curam as feridas das nações (cf Ap 22,1-2). Curar as feridas das nações inclui sanar as injustiças na Amazônia e em todas as partes do planeta. Deus vai realizar isso, mas será muito gratificante se um dia, na glória, pudermos dizer: eu colaborei, eu não me conformei com a injustiça nem com a destruição da natureza, eu tive parte nisso como instrumento da vontade de Deus.
Texto-base da Campanha da Fraternidade 2007, nº 297-298
Texto retirado do site: www.cnbb.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário